Muitas pessoas acreditam que profissional de informática é apenas aquele rapaz que presta serviços de formatação de computadores e instalação de programas e que “mexe” com qualquer coisa. Se você é um empresário em crescimento e acha que contratando um ou dois desses rapazes estaria bem servido para enfrentar a concorrência acirrada que se dá com a digitalização dos produtos e serviços, inclusive de vendas, lamento informar, mas você está completamente equivocado.
Os profissionais de Tecnologia são aqueles que formatam computadores e instalam programas sim, mas também são aqueles que desenvolvem sistemas, avaliam as necessidades e decidem sobre o melhor a fazer, compram, planejam, cuidam da segurança dos equipamentos, redes e dados, cuidam do acesso à internet, servidores de aplicativos, arquivos e bancos de dados, aplicativos de vendas de sua empresa e muito mais! Cada um com formação e conhecimentos específicos, não sendo encontrados em qualquer esquina. “Mexer” com computador pode ser eficiente para questões muito simples, mas você confiaria em um profissional sem conhecimento específico nem experiência comprovada para que seja responsável por todas as suas transações financeiras, contabilidade, transmissão de dados para receita federal e operações de cartão de crédito de seus clientes? Quanto acha que vale um profissional deste em uma empresa? Um salário mínimo?
Entendo que o porte da empresa é determinante para seu investimento em tecnologia, mas não há mais espaço para amadorismo, isso é fato! Se não há possibilidade de manter uma equipe especializada, há de se ter ao menos uma assessoria/consultoria que possa orientar sobre as melhores soluções a adotar. Se não pode haver servidores próprios, que tal contratar servidores externos? Se desenvolver e manter sistemas personalizados custa muito caro, que tal escolher no mercado algum sistema realmente adequado às necessidades e com suporte eficiente?
O importante é acima de tudo estar bem informado. Saber o que um trabalho eficiente com a tecnologia envolve, que não se trata apenas do “rapaz da informática” que faz de tudo. Ter a consciência que migrar o faturamento, vendas, transações financeiras para o meio digital é um risco enorme se não for feito com sistemas eficazes e seguros.
Canso de ver empresários de pequeno e até médio porte amaldiçoando a tecnologia quando na verdade usaram computadores domésticos para fazer o papel de servidores, roteadores também domésticos para aguentar o tráfego de dados de dezenas de dispositivos simultaneamente, preferiram investir na decoração da sala da diretoria do que em profissionais qualificados e montaram plataformas de vendas web com base em assistentes gratuitos. É como exigir que um enfermeiro com seu material de trabalho consiga dar conta de uma neurocirurgia para tratar um tumor cerebral. Por mais que ele tenha boa vontade, não conseguirá. Não possui material, equipamento e muito menos conhecimento para isso.
As empresas de grande porte por sua vez, investem no setor de TI, mas percebo que nem sempre os investimentos se refletem nos melhores sistemas. Isto porque as decisões e direcionamentos partem de pessoas muitas vezes que não possuem uma visão técnica isenta.
Enfim, para que uma empresa possa ter os benefícios que a tecnologia tem a oferecer precisa antes de tudo ter um gestor bem informado e coerente, capaz de não se acomodar e buscar sempre o melhor custo benefício para a empresa, consciente de que o gasto em tecnologia na verdade é um investimento que quando bem feito retorna em eficiência, velocidade, novas possibilidades e até maior faturamento. Deve acima de tudo considerar que custo e qualidade estão em lados opostos da balança, não sendo possível obter o máximo em qualidade com o mínimo de investimento.
Adriano Freitas é formado em Sistemas de Informação com
duas pós graduações em áreas ligadas às Neurociências,
programa de estudo completo em Harvard e é servidor efetivo da
Universidade Federal Fluminense
Universidade Federal Fluminense
Programa de Extensão Sustenta-Vida
Campus Nova Friburgo