Atualmente muitos alunos têm sido diagnosticados como portadores de TDA ou TDA/H (Transtorno de Déficit de Atenção ou Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) e sendo medicados com Ritalina, Concerta e outros sem que ao menos os protocolos sugeridos para diagnóstico sejam adotados. Algumas pessoas também se medicam sem que haja uma real necessidade do medicamento. O FIQUE LIGADO desta semana traz este alerta. Veja o vídeo, leia o texto original do boletim e mais algumas dicas sobre o assunto:
TEXTO DO BOLETIM
Dar eficiência ao cérebro sem trabalhar para isso é como ganhar músculos sem fazer exercícios! Remédios não desenvolvem habilidades! O Brasil é o segundo país em uso dessas medicações: Qualquer problema rapidamente vira Déficit de Atenção, quando na verdade pode ser qualquer outra coisa, como transtorno de ansiedade ou mesmo crianças mal educadas e sem limites! Não se condena o uso da medicação se realmente for necessária, mas o diagnóstico de TDA deve ser feito por equipe multidisciplinar e de forma muito criteriosa. A principal substância usada no tratamento é o Metilfenidato. O uso indiscriminado pode trazer problemas futuros. Se você já está medicado, verifique se o remédio possui essa substância e de que maneira ela foi prescrita. Quer apenas turbinar seu cérebro? Leia bastante, faça atividades que exijam raciocínio! FIQUE LIGADO: uma iniciativa do Programa Sustenta-Vida UFF em parceria com a Inter TV, cada vez mais perto de você!
ALERTAS SOBRE O USO DO METILFENIDATO (RITALINA, CONCERTA e OUTROS)
Muita gente não sabe mas o foco atencional é gerado a partir do descarte de informações. Nosso cérebro é bombardeado todo o tempo por estímulos visuais, auditivos, táteis, bem como odores, e outras sensações. Para manter o foco, o cérebro precisa verificar quais estímulos são relevantes no contexto e descartar os demais. Ter déficit de atenção significa que o cérebro não está conseguindo identificar os estímulos que são relevantes em dado momento realizar este descarte. O problema existe e deve ser tratado, entretanto, diversos pesquisadores e estudiosos em diversas áreas alertam para o excesso de diagnósticos de TDA ou TDA/H, muitos feitos de forma apressada e equivocada, gerando alto índice de prescrição do Metilfenidato, isso sem contar aqueles que se medicam por conta própria, sem necessidade alguma, com o simples propósito de estudar para provas e outras atividades intelectuais.
Trazemos abaixo alguns alertas sobre TDA, TDA/H e do medicamento em questão:
- O Transtorno de Déficit de Atenção é um transtorno que acomete as pessoas de forma involuntária, assim, as pessoas não possuem domínio sobre o mesmo. Como diversos outros problemas, não é possível escolher situações onde o transtorno se manifesta ou não. Assim, desconfie se uma pessoa não possui sintoma algum em determinada situação ou se só possui sintomas em uma situação específica. Este já é um bom motivo para colocar em dúvida o diagnóstico. Existem pesquisas que tentam provar que a liberação de dopamina ameniza os sintomas, ou seja, ao fazer algo que gosta muito a pessoa poderia não ter os sintomas, entretanto, se observa que por mais que a dopamina atue para amenizar o problema, ela não resolve. Se deve desconfiar de pacientes que apresentam todos os sintomas durante as aulas na escola mas ao jogar futebol ou videogame se comportam de forma absolutamente dentro da normalidade. Por mais que sejam atividades que gostam muito, ainda sim características seriam notadas durante tais atividades.
- O diagnóstico de TDA ou TDA/H deve ser feito por equipe MULTIDISCIPLINAR, isto é, formada por mais de um profissional de ÁREAS DIFERENTES (como psiquiatras, psicólogos, neurologistas e/ou neurocientistas).
- Existem muitos transtornos e até doenças (inclusive metabólicas) que podem provocar sintomas similares. O diagnóstico não é tão simples. Desconfie se ele foi feito por um profissional único, em um consultório numa rápida consulta. Dificilmente se consegue um diagnóstico preciso desta forma.
- Esses medicamentos são neuroestimuladores, ou seja, promovem um aumento na liberação de neurotransmissores no cérebro. Por mais que a pessoa esteja dentro da normalidade, ao utilizar tal substância é notada sim uma melhora de desempenho, o que dá a falsa sensação de que a pessoa precisa dele ou que é o adequado, mas não é assim. Utilizar substâncias que promovam aumento de atividade do cérebro sem a real necessidade pode causar diversos problemas futuros. Tudo tem seu preço! Não existe mágica. Desconfie sempre soluções fáceis! Quer melhorar seu desempenho? Trabalhe adequadamente para isto!
Leia bastante, faça atividades que estimulem o raciocínio e seja mais feliz! #fiqueligado!
Universidade Federal Fluminense
Campus Nova Friburgo
Programa Sustenta-Vida